Artesanato
Existe uma perspectiva social estereotipada sobre o que seria arte, como sendo aquilo que está somente em museus e exposições famosas. Isso acontece, principalmente devido a colonização e intervenção europeia na história de diversos povos no mundo, entre eles, os povos originários.
Na cultura indígena todos os objetos têm uma função, mas também, são naturalmente preenchidos de beleza, originalidade e significado, tanto na criação do arco e flecha de caça e para batalhas, quanto na criação de um pote de cerâmica e cestas de coleta. Cada aldeia usa a arte de uma forma diferente de criação, e com diferentes significados.
Dessa forma, a atribuição artística, advém da perspectiva cultural ao qual faz parte, assim como, pela permanência étnica-histórica, e ainda ao significado sagrado e a importância dado aos artefatos artesanais pelos indígenas e socialmente.
Em nosso trabalho buscamos esclarecer alguns estereótipos e nos aprofundar mais no artesanato indígena, através de pesquisas e realizando uma entrevista.
Entrevista com Wany Tuxá
Essa entrevista foi realizada buscando ampliar o conhecimento na área do artesanato feito por indígenas. A Wany Tuxá, nossa convidada, fala sobre a tradição por trás do artesanato do seu povo, as histórias e significados que caracterizam o povo Tuxá.
Abaixo, apresentamos fotos e links de artesanatos produzidos por Wany Tuxá.
O que é grafismo indigena?
Como foi dito na entrevista com Wany, diferentes povos produzem artesanatos com técnicas e significados diferentes, e o grafismo indígena é uma das características que mais marcantes nesse sentido.
A falta de conhecimento faz com que, muitas vezes, o grafismo indígena seja visto como apenas uma manifestação visual, de beleza e funções decorativas. Porém, ele vai muito além disso. O grafismo indígena se manifesta de diferentes formas de acordo com as diferentes comunidades indígenas, cada um tem sua forma de fazer o seu grafismo e cada um possui um significado singular, de acordo com cada comunidade.
Os grafismos podem ser observados de várias formas. O mais conhecido são os grafismos corporais, porem eles também estão presentes no artesanatos. Por exemplo, na comunidade Guarani da linha Gengibre o grafismo da cestaria está ligado a natureza e com o sagrado:
"O grafismo não é apenas para representar algo do objeto fisicamente, ou seja, uma simples decoração vai muito, além disso. Eles têm a função de informar às pessoas que não conhecem a sua história cultural, religiosa, ritos e mitos. Ao trançarem os cestos, os
guarani, transformam o elemento morte em elemento vida. Ao conferirem a esses cestos uma utilização sagrada, eles estão devolvendo a vida sua pureza original. Eles estão elevando a morte à dimensão da vida" (SILVA, 2015, pg. 22)."
Abaixo você pode ver alguns desses grafismos e seus significados: